Aos 27 anos foi ordenado sacerdote e se tornou conhecido por sua dedicação pastoral e pela maneira única de unir espiritualidade e arte. Nos anos seguintes, restaurou terços, confeccionou pequenas medalhas e ajudou famílias humildes, sempre com um olhar atento às necessidades da comunidade.

Porém, sua vida tomou um rumo inesperado em 1993, durante uma visita de autoridades eclesiásticas ao Brasil. A Igreja precisava de sacerdotes dispostos a evangelizar regiões da China, onde o cristianismo ainda era pouco difundido e, muitas vezes, praticado discretamente. O nome de Padre Igor foi indicado por seu bispo local, não apenas pela sua fé inabalável, mas também por sua habilidade de transmitir a mensagem de forma simples e profunda.

O convite foi recebido com surpresa e temor: deixar o Brasil significava afastar-se de sua família, de sua paróquia e de tudo o que havia construído até então. Mas, após dias de oração, Padre Igor entendeu que aquele era um chamado divino. “Onde a Igreja me enviar, ali estarei”, respondeu.

A mudança para a China marcou um ponto de virada em sua vida. Não seria apenas um padre missionário, mas um semeador da fé em terras distantes. Foi nesse período que nasceu também o Colar de São Miguel Arcanjo. Sentindo a necessidade de fortalecer espiritualmente os novos cristãos, Padre Igor uniu sua habilidade manual ao simbolismo do Arcanjo protetor, criando colares que não eram apenas joias, mas instrumentos de devoção e coragem.

Reconhecendo a autenticidade e o impacto espiritual da iniciativa, a Igreja homologou oficialmente a medalha de São Miguel criada por ele e concedeu a Padre Igor um privilégio único: ser o único sacerdote autorizado a produzir a medalha original de São Miguel Arcanjo. Cada peça, feita artesanalmente, carrega não apenas o selo da Igreja, mas também a oração e a bênção pessoal do padre.

Sua produção é limitada a apenas 150 colares por ano, tanto pela exclusividade quanto pelo cuidado que cada um exige. Para o Padre Igor, não se trata de fabricar joias, mas de propagar fé através de suas mãos.

Hoje, já em idade avançada, o Padre Igor segue na China, dividindo seu tempo entre a catequese e sua pequena oficina. Para ele, cada colar representa não apenas arte e devoção, mas também a certeza de que está cumprindo sua missão de evangelizar, levando a proteção de São Miguel para o mundo inteiro.

E quando perguntam por que ele continua, responde com serenidade: "Sou apenas um servo. Mas a Igreja me confiou a honra de produzir a única medalha de São Miguel Arcanjo homologada e original. Cada colar que faço é uma oração enviada ao céu."